Evolução da Linguagem

Bem-vindo Século XX!

Captar a realidade e transmitir para o leitor aquilo que só o repórter viu.

É essa a função da linguagem jornalística, que vai utilizar os recursos de redação para transformar o ocorridoem notícia. Ah, e de maneira clara, concisa e direta. Mas sempre foi assim?

No início do século XX, enquanto a imprensa americana apresentava um estilo objetivo de escrever, os jornais brasileiros ainda permaneciam na maneira rebuscada de escrita, fruto do período republicano, que teve nas redações brasileiras a grande escola para escritores do quilate de Machado de Assis, Olavo Bilac e Euclides da Cunha por exemplo.

Mas foi também, no início do século XX que os jornais brasileiros começaram a deixar de lado características amadoras para de fato se tornarem empresas.

Em 1916, o Jornal do Brasil, periódico do Rio de Janeiro, tinha o maior parque gráfico da imprensa brasileira. Soma-se a isso a forte influência na reforma editorial que a Semana Modernista de 1922 buscava dar aos veículos da época, como por exemplo, aproximar o texto literário da fala comum, sem o excesso de cerimônia.  Estava aberto o caminho para que a evolução no modo de se produzir notícias começasse.

Mas foi outro jornal, o Diário Carioca, o primeiro a captar os anseios de uma público leitor, que agora embalado pelo progresso industrial de JK de avançar 50 anos em 5, já não tinha mais tanto tempo assim para ler notícias.

E em 1947, esse mesmo jornal deu início há um influente e decisivo processo de modernização da imprensa no Brasil, introduzindo o lead, o manual de redação e o copy desk.

Foi a fase áurea dos copys, como eram conhecidos esses profissionais, responsáveis por reescrever e transformar em um texto mais ágil o que era produzido pelos jornalistas da época. Nomes como Ferreira Gullar, Evandro Carlos de Andrade e Jãnio de Freitas, por exemplo, foram os responsáveis por fazer perpetuar o modo de se contar uma história tal como conhecemos hoje.

A partir da década de 60 que o lead ganha força nas redações paulistas. O Jornal da Tarde se destaca por trazer em seus textos um estilo de linguagem muito próximo ao da revista, popular, ágil e fácil de ser lido e visto.

Com a implantação da ditadura militar, um novo desafio foi posto para os jornalistas. Era preciso aperfeiçoar a linguagem e driblar os militares. A grande imprensa estava amordaçada, e coube aos jornais alternativos a tarefa de buscar e fazer um jornalismo ousado, contestador e irreverente, aprimorando ainda mais a técnica para transmitir os fatos.

Hoje, não há ditadura, mas os periódicos brasileiros aprimoraram os recursos utilizados nesse período sombrio de nossa história.

A Folha de S.Paulo, por exemplo, buscando um jornalismo crítico e apartidário, deu início em 1984 ao Projeto Folha, em que se assumiu como empresa e via seus textos como produto.

Conseqüência: textos mais curtos, quase telegráficos diriam os concorrentes.

Mas foi referência, e o estilo foi adotado pelos outros veículos.

Os jornais do século XX adotaram diversas características para se tornarem mais atualizados e populares, admitindo pela primeira vez a publicação em larga escala de fotos grandes e coloridas. Antigamente as imagens eram todas em preto e branco. Passam a usar em seus textos palavras menos rebuscadas e também criam novos cadernos para abrir espaço aos esportes e ao humor.

Apesar do custo dos jornais se tornarem mais alto para imprimir folhas coloridas, essas novas medidas modernizaram e permitiram que o jornalismo tradicional chegasse ao patamar atual.

Mas é também no século XX que jornal impresso ganha fortes concorrentes: o rádio e a televisão.

Resistir ao rádio já não foi uma tarefa fácil. A televisão acabou com a superioridade dos jornais e do jornalismo clássico. Na década de 50 se tornou o principal veículo de mídia do mundo.

Em 1980 o jornalismo se reinventa com a popularização da Internet, criando o Web Jornalismo, que tem como características básicas a agilidade da linguagem e a velocidade de atualização. A Internet foi, sem dúvida, a salvação do jornalismo.

Apesar de o jornal ter perdido um pouco da sua importância devido o surgimento das novas tecnologias, a atividade do impresso ainda possui grande destaque no mundo, sendo a segunda principal mídia depois da televisão.

Fontes:

Portal EmDiv:
http://www.emdiv.com.br/pt/destaques/1899-o-jornalismo-e-a-imprensa.html

Google Books – História Cultural da Imprensa Brasileira:
http://books.google.com.br/books?id=hrfdMgW9_twC&pg=PA149&lpg=PA149&dq=os+copy+desks+no+brasil&source=bl&ots=uCHKCf7ock&sig=zQ1X5W4bkpdEqFSCnYh9VKp5Ju8&hl=pt-BR&ei=6Le5TdGhK8jKgQfT0Pxd&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3&ved=0CCwQ6AEwAjgK#v=onepage&q&f=false

UNESP – Artigo Intolerância e Imprensa Alternativa:
http://www.faac.unesp.br/extensao/convdiversidade/pesquisas.php

Guia de Carreira – A História dos Jornais e as Origens do Jornalismo:
http://www.guiadacarreira.com.br/artigos/historia/jornais-jornalismo/

Grupo 7 – Jornalismo Matutino

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