O jornalista e a internet

O perfil do jornalista teve que se adequar aos avanços tecnológicos. Antigamente, sem a internet, o jornalista era obrigado a pesquisar em livros, artigos e entrevistar pessoas para apurar informações antes de publicar. Hoje, ele tem a opção de usar sites de busca e rede sociais para conseguir escrever uma noticia. O jornalista somente apurava a notícia e a escrevia. “Imaginem uma redação de jornal online dos dias de hoje e comparem-na com uma redação de jornal impresso das décadas de 60 e 70. A preocupação principal do repórter daquela época baseava-se na apuração da notícia e sua diagramação na página. Hoje, o repórter não só apura a notícia como, na maioria das vezes, ele mesmo a publica na internet, com o auxílio de softwares editores de conteúdo. Além disso, ele precisa interagir com designers e programadores, quando surge a necessidade de criar algum sistema para a página. Não nos esqueçamos também da parte de apuração e pesquisa, que agora é feita pela própria rede, além dos contatos para entrevistas, que na maioria das vezes é feito por e-mail, além do velho e bom telefone”, disse Antônio Marcos da Costa em seu artigo.

Surgiram alguns problemas junto com a facilidade que a internet traz. Não é possível “segurar” uma notícia com a rapidez e acessibilidade que a internet traz, e não se tem segurança nas informações que alguns sites publicam. A credibilidade de um meio de comunicação surge a partir do seu compromisso com o leitor e com a veracidade que utiliza em suas notícias. Muitos sites publicam informações erradas a respeito de determinado assunto e o leitor muitas vezes acredita sem procurar saber se aquela informação está correta. É dever do jornalista para com seu leitor oferecer notícias reais e com conteúdo verídico e bem apurado. Como diz Ricardo Noblat em seu livro “A Arte de Fazer um Jornal Diário”, o perfil do jornalista diante da apuração de informações é a do repórter burro. “O bom repórter é o repórter burro… Repórter burro é o que não tem vergonha de perguntar. Ele pergunta, pergunta, pergunta e retorna à redação com todas as dúvidas esclarecidas. E com todas as informações de que precisa para escrever a sua matéria. Não temos obrigação de saber tudo e de entender tudo. Portanto, não temos de sentir vergonha de perguntar. O repórter burro é o mais inteligente dos repórteres.”

A internet deve ser amiga do jornalista e não inimiga. Todo jornalista tem que aprender a utilizar a internet, dominá-la. J. D. Lasica diz que temos que:  “Interiorizar os princípios do jornalismo – os jornalistas on-line devem ter as mesmas competências que os das outras mídias: boas técnicas de entrevista, capacidades sólidas de pesquisa, tenacidade, velocidade, rigor, flexibilidade e uma escrita atrativa… Aprender o que é que funciona na Internet – como melhorar a notícia através de fóruns, inquéritos, materiais de background, documentos de suporte, áudio, vídeo, mapas e gráficos interativos, arquivos pesquisáveis, entre outros. Ter uma paixão pelo jornalismo on-line, aprender as ferramentas do novo meio, desenvolver um conjunto versátil de capacidades, estudar HTML e Web Design, participar em discussões on-line, estar a par dos desenvolvimentos”.

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