Portais, Blogs e Redes Sociais

A internet é hoje, sem sombra de dúvidas, mais um veículo que vem para disputar espaço entre as plataformas de informação já consolidadas ao longo dos anos. Comunicadores de rádio, tv e impresso são obrigados a “reinventar” suas produções com o objetivo de se adaptarem e interagirem cada vez mais com o mundo digital.

Blogs, redes sociais e portais de notícias são nomes comuns no dia-a-dia dos internautas que buscam informação na rede. Mas afinal, como essas ferramentas contribuem para o jornalismo?

Redes Sociais   

É inegável a capacidade de repercussão de qualquer assunto, notícia ou informação nas redes sociais. Quem nunca comentou com amigos e parentes algo que ficaram sabendo via Orkut, Facebook ou Twitter? Com o trabalho do jornalista não é diferente. Os profissionais utilizam dessas ferramentas buscando novas informações ou entrevistas – o que também seria possível sem o uso delas, mas se buscarmos itens como tempo e público atingido, elas desempenham papéis centrais do Jornalismo cotidiano, rápido e  publicamente abrangente. Além disso, o recurso também é utilizado como instrumento de pesquisa entre os jornalistas. Grandes veículos de comunicação já possuem contas dentro das redes sociais, utilizando-os como difusores de informação.

Confira a seguir a entrevista realizada pela estudante Juliana Martinelli com Gustavo Carneiro, 27,  formado em relações publicas e inventor do perfil @ajudeumreporter no twitter. O perfil criado para divulgação de pautas já conta com mais de 14.ooo seguidores incluindo jornalistas e estudantes.

1 – Como surgiu a idéia do perfil @ajudeumreporter?

Sempre tive desconforto ao ver como assessorias se relacionavam com jornalistas, muitos enviam releases em massa e não se preocupam com o que eles realmente precisam. Depois vem a rodada de follow ups de coisas que eles nem conseguiram ler. A internet multiplicou isso milhares de vezes e a comercialização de mailings só piora o quadro.

Quando vi algumas iniciativas subvertendo esse modelo e partindo da necessidade dos jornalistas, em vez da necessidade do cliente das fontes, achei brilhante e comecei a acompanhar o movimento. Naquele momento, eu estava morando em Londres.

 Quando retornei ao Brasil, decidi experimentar na prática para ver como essa ideia de juntar jornalistas e fontes seria encarada por aqui. Sem recursos para construir uma plataforma logo de cara, optei por criar um perfil no Twitter e testar a ideia por lá. Pedidos de busca já eram comuns entre jornalistas na rede social, então o trabalho mesmo foi só agregar esses pedidos em um único canal. Com o tempo, as pessoas reconheceram o valor do serviço e a comunidade foi aumentando organicamente até os mais de 14.000 seguidores de hoje.

 O perfil começou em 5/3/2010.

 2 – As redes sociais estão crescendo em território brasileiro, porém alguns jornalistas e empresas ainda apresentam certo receio com essa ferramenta. Como você conseguiu expandir seu projeto, mas mantendo a credibilidade necessária?

O receio é natural nos ambientes de mudança, e a internet é um dos ecossistemas que hoje apresenta o maior potencial para essas mudanças em uma velocidade espantosa. O receio não é só brasileiro, existe em todo lugar.

 O Ajude um Repórter é uma ferramenta que ajuda as pessoas a ajudarem os jornalistas e outros produtores de conteúdo, não somos as próprias fontes. O serviço cresceu organicamente, com a participação de pessoas interessadas no relacionamento com a imprensa. É uma atividade de nicho específico, mas também aberta a qualquer pessoa que queira compartilhar conteúdo.

 O foco do trabalho sempre foi simples: agregar pedidos de profissionais que precisam de fontes ou personagens para o conteúdo que estão produzindo. Se você oferece algo que tem valor para as pessoas, o potencial de crescimento é muito grande. E foi isso que fizemos de forma coerente e constante.

 3 – Qual o público que o @ajudeumreporter procura atingir?

 O Ajude um Repórter trabalha com diversos públicos que podemos separar em dois grandes grupos: produtores de conteúdo e fontes. Os produtores de conteúdo são os jornalistas, blogueiros, escritores e outras categorias de criativos multimídia. Já as fontes são aquelas que desejam compartilhar a informação que possuem, que podem ser desde pequenos empresários aos mais diversos perfis de profissionais que representam instituições com ou sem fins lucrativos.

 Partimos da ideia de que todas as pessoas possuem algo a compartilhar e, eventualmente, terão interesse em mostrar isso publicamente, pelas mais variadas causas. Podem ser profissionais liberais construindo suas marcas pessoais ou ONGs defendendo seus princípios. As possibilidades são imensas para todo tipo de pessoa.

 4. A internet atualmente está presente em milhares de lares em todo o Brasil, e com a sua popularização as redes sociais adquiriram muitos usuários. De que modo as empresas jornalísticas devem utilizar esses recursos como ferramenta?

Ainda não existe um modelo, mas há experimentos vindos de diversos locais para explorar esses novos relacionamento digitais. O próprio Ajude um Repórter é um experimento com esses relacionamentos, uma ferramenta que usa o potencial de conectividade da rede para resolver problemas.

 Acredito que a sociedade em rede favorece contatos que não existiam antes e isso é muito positivo para a construção de conteúdos e as empresas podem tirar muito proveito disso. Porém, o velho modelo de receita já não funciona mais nesse ambiente e é preciso que comecem a experimentar outras formas de manter suas estruturas.

 5. Quais são os benefícios práticos que as redes sociais podem trazer para o jornalismo moderno?

As redes sociais tornam disponíveis informações e contatos de uma forma que não era possível antes. O jornalismo pode se beneficiar não só na produção dos conteúdos, como também do na viralização desses conteúdos após serem publicados.

 6 – Como você vê a situação atual do jornalismo digital no Brasil?

O jornalismo digital está caminhando, mas ainda focado em grandes portais e empresas de comunicação. Isso reflete o ambiente offline que também é bem centralizado. Acredito que, a exemplo de outros países, vamos evoluir para iniciativas mais descentralizadas. Os jornalistas passarão a empreender mais e buscar nichos para trabalhar como plataformas independentes.

  7- Você acredita que o surgimento de novas tecnologias possa tornar o jornalismo digital ultrapassado?

Acho que todos os conceitos tendem a se tornar ultrapassados com o tempo e com o desenvolvimento da tecnologia. O jornalismo digital vai se tornar ultrapassado em relação à forma que o vemos hoje, mas acredito que a função social do jornalista continuará a existir por muito tempo.

 8 – Que rumos você acredita que o jornalismo digital irá seguir? Quais avanços podemos esperar para um período de dez anos?

 Prever o futuro não é o meu forte, mas creio que em dez anos as mudanças atuais irão se consolidar. Encontraremos um modelo de negócio que funciona no ambiente digital e muitos sites colaborativos descentralizarão a atenção dos grandes portais de hoje. Os jornalistas empreenderão em nichos e se utilizarão de tecnologias de crowdsourcing para compor novos conteúdos e crowdfunding para financiar documentários e investigações.

Blogs

Espaço que permite às pessoas publicarem informações sobre temas diversos. Sob olhares curiosos do público, não foi necessário longas esperas para que a ferramenta atraísse a atenção das grandes empresas de comunicação. Com atualizações frequentes de informações, como, por exemplo, as últimas notícias de um jornal online, aqui há uma possibilidade de destaque entre notícias ou informações de forma mais interativa. Além disso, os blogs possibilitam ao jornalista uma maneira descontraída de informar e emitir sua opinião sobre variados temas sem muitas restrições, bem como receber um feedback dos leitores, já que o blog tem um caráter pessoal e flexível. Atualmente grandes jornais possuem blogs de jornalistas conceituados acoplados ao seu site.

Portais

Tem como objetivo ser a principal porta de acesso às informações de interesse público que ocorrem no mundo. Disponibilizam aos internautas uma grande variedade de conteúdo buscando que estes passem o maior tempo possível em suas páginas. Os portais se caracterizam por disponibilizar grande parte de seu espaço para serviços úteis ao usuário, tais como, canais de busca na web e chaterelacionamento, lojas virtuais e etc. Os veículos utilizam seus portais para atualizar ao longo de todo o dia as notícias de última hora, abrindo o caminho para as reportagens da edição do dia seguinte.

Quer saber mais? Confira a entrevista com os profissionais André Deak e Walter Teixeira Lima Jr realizada pelos estudantes José  de Martini, Juliana Martinelli, Juliana Nogerino, Leandro Tavares, Liliane Nakagawa e Raul Altran.

 

Fonte Imagem: http://ojornalista.com/blog/2011/05/um-olhar-mais-atento-sobre-as-midias-sociais-no-brasil/

Grupo 5 – manhã

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