A partir de agora vamos saber um pouco mais sobre os “bastidores” do fotojornalismo. Recursos que são usados quando a foto chega à redação e é preparada para ser colocada nas páginas do jornal impresso. Estes são os chamados “recursos jornalísticos” e deles, três receberão.
O primeiro deles: a legenda.
As fotos, por mais explícitas que sejam, geralmente precisam de um complemento, afinal elas são de livre interpretação. Desta forma, sem um contexto e o não conhecimento do motivo da utilização da fotografia, as fotos podem gerar conclusões errôneas. Esse complemento em forma de texto que a fotografia leva é a chamada legenda, para que a informação atinja seu objetivo de forma plena, em termos de comunicação.
Vale ressaltar que a legenda deve sempre complementar a imagem e não tornar a informação redundante, afinal “a legenda nunca deve interpretar a fotografia. Ela deve conter elementos que complementem a imagem e digam, por escrito, o que o fotógrafo não pode dizer” escreve Lima (1989, p.57).
Observe abaixo, destacado em vermelho, as legendas das respectivas fotos:
Fonte: Correio Braziliense, 13/05/2011.
Fonte: Jornal da Tarde, 16/04/2011
Agora nós vamos falar de dois assuntos que se interligam, considerados itens importantíssimos para o jornalismo e consequentemente para a fotografia: a diagramação e a edição.
Tanto a fase de edição como a de diagramação possuem uma palavra em comum: “escolhas”.
A diagramação e a edição nos jornais é a forma de distribuição das notícias dentro da páginas do periódico. Tal distribuição leva em conta a disposição dos textos, fotos, gráficos, publicidade, conveniência, impacto, qualidade do material produzido, importância, abrangência, entre diversos itens.
As funções de ambas são: facilitar a leitura de um leitor sem tempo, organizar as informações, além de focar a olhar do mesmo, afinal esse dois procedimentos, aliados a outros dentro do processo jornalístico, influenciam diretamente no produto final, afetando o receptor de forma que desperte o interesse nele ou não pelas matérias que o jornal veicula.
Sabe-se que há zonas específicas, cujo olhar do leitor está sempre mais direcionado. Isto foi estudado por Edmund Arnold, que descobriu os princípios da Zona Visual. Para melhor entendimento, observe a figura abaixo:
2) Zona Secundária
3) Zona Morta
4) Zona Morta
5) Centro Óptico
6) Centro Geométrico
OBS.: as linhas indicam o “caminho” do olhar do leitor.
Fonte: Imagem extraída de uma monografia. Disponível em: <http://br.monografias.com/trabalhos3/coerencia-foto-texto-diario-catarinense/coerencia-foto-texto-diario-catarinense2.shtml> Acesso em: maio de 2011.
Desta forma, o editor/diagramador, além de considerar o fato das zonas visuais, as quais focarão o olhar do leitor, ele também considerará o valor da imagem fotográfica. Afinal, é ela que muitas vezes também atrai o leitor para o texto e assim, e boa colocação das fotos e dos textos atrairão mais facilmente o receptor do jornal impresso diário.
Verifica-se dessa forma que, na maioria das vezes, o tamanho original da foto não é publicado e sofre alterações, sem mudar o conteúdo da mesma. Tudo para que a coesão e a coerência entre texto e imagem seja perfeita e comunicação seja a melhor possível
O vídeo abaixo mostra uma pequena reportagem abordando temas interessantes pertinente ao fotojornalismo, tais como photoshop, fotojornalismo e arte, fotojornalismo em si, além de entrevista com especialista, sendo um deles profissional de um jornal impresso diário.
http://www.youtube.com/watch?v=04TKBSufmdY
REFERÊNCIAS
LIMA, Ivan. Fotojornalismo brasileiro: realidade e linguagem. Rio de Janeiro: Fotografia Brasileira, 1898.
ROCHA, José Antônio. Zonas de Visualização da Página Impressa. Disponível em: <http://meiradarocha.jor.br/news/2007/08/10/zonas-de-visualizacao-da-pagina-impressa/> Acesso em: maio de 2011.