Parte 2

Com o crescimento de tecnologia, surgiu um novo conceito de fotojornalismo, a foto era valorizada só pelo fato de existirem do que por sua qualidade. Com isso, a foto ganhou mais destaque do que o impresso, já que chamava mais atenção por ilustrar. Em 1884 apareceu a película fotográfica, pela mão de George Eastman e W. Walker, uma inovação que facilitava muito por dispensar o uso de pesadas chapas de vidro ou de metal. Em 1888 a fotográfica é democratizado com a invenção câmara kodak.


Câmera Kodak 1888

“A partir deste momento, deixam de serem necessários conhecimentos relativamente aprofundados sobre processos de revelação, impressão e composição imagética para ser fotógrafo” (p.45).

Já em 1889 com a competição instalada por conta da cobertura da guerra hispano-americana, surge uma política de investimento que incentiva o uso do halftone, um método de impressão para simular uma imagem de tom contínuo por meio do uso de minúsculos pontos de diferentes tamanhos, igualmente espaçados, causando uma impressão de cor sólida.

O free-lance sai do reino Unido e se estabelece nos EUA. O maior nome desse trajeto é James Hare, que se tornou a estrela do fotojornalismo emergente. Hare visava obter efeitos dramáticos, fosse a lutas de rua ou no avanço de exército americano nas batalhas de San Juan, ele viajava muito, passando por varias situações de guerra. Assim surgem os repórteres fotográficos. A fotografia vai se impondo como meio de ilustração direta auxiliada pelo desenvolvimento da imprensa. O fotojornalismo encontra os meios para cobrir, com eficácia e em competição as guerras, os desastres naturais e o cotidiano da vida das pessoas.

Com a tecnologia, a fotografia ganha caráter de documentário e passa a exercer compromissos sociais a partir de temas referenciais. Os processos de reprodução tipográfica de fotografias ainda não eram os mais apropriados. Jornais e revistas teriam, ainda, que esperar alguns anos para essa adaptação. Alguns vestígios da fotografia, como documentação, podem ser vistos nas fotografias de viagens e de curiosidades do século passado, nas fotos de guerras e conquistas, sobretudo nos trabalhos de Gardner. Também nos levantamentos etnográficos dos índios norte-americanos, no final do século passado, por Edward Curtis (1868-1952). Na fotografia de intenção documental do colonialismo europeu na África e no oriente e, por fim nas obras dos fotógrafos da cultura social e nos pioneiros da fotografia humanística de Thomson e Adolphe Smith, que, hoje, pode-se apontar como seguidores com o fotógrafo Sebastião Salgado.

O século XX traz novas ideologias políticas, mais consciência social da realidade. Outra marca é a luta pela justiça social, a luta pelos direitos e pela consciência de cidadania. Com isso, também chegam à consolidação da indústria e o entusiasmo pela técnica. Nesse período, solidificam-se os registros fotográficos de Arthur Barret, um dos nomes de referência nesse contexto. O início do século, na fotografia, ficou ainda associado ao movimento da Photo Secession, que procurava abrir caminhos mais realistas e precisos para o médium.

Os fotógrafos dessa ideologia defendiam que imagens fotográficas também fossem vistas com um instrumento válido para manifestar sentimentos humanos. Aqui, destacam-se Alfred Stieglitz (1864-1946) e Paul Strand (1890-1976).

Uma das características desse novo momento foi tratamento da fotografia a partir da objetividade, decorrente da abordagem realista do real preconizada pela straight photography, o que justifica a pressão política sobre os fotógrafos para que o inconveniente das forças políticas não fosse mostrado, mantendo mascarada a realidade e dissimulada as contradições dos regimes totalitários.

Continua (…)



 Fontes dos anexos:

 

Deixe um comentário