A trajetória gráfica de J. Carlos

Até nos parâmetros dos dias de hoje, João Carlos é considerado um grande exemplo de designer.
O melhor de sua época, J. Carlos possibilitou que acompanhassem sua trajetória artística, coisa que poucos artistas fizeram.
Seu estilo era parecido com o dos designers gráficos europeus, produzindo caricaturas, charges, ilustrações e letras capitulares com elegância e síntese.
Aos 18 anos, foi acolhido por Raul e K.lixto, e depois formaram “o trio de ouro” da caricatura brasileira.
Produziu sua primeira capa na revista, O Tagarela. Em 1908, aos 24 anos, se tornou ilustrador exclusivo da revista Careta, de Jorge Schmitt, que era dono da editora Kosmos, lançando essa revista como concorrente direta d’O Malho.
J. Carlos fazia em torno de dez a vinte desenhos por edição, sobre os principais acontecimentos da época, transformações no cenário político e urbano, criando moda e reinventando costumes. Imortalizou seus desenhos com os personagens melindrosa e o almofadinha.
Como a revista tinha assinantes pelo Brasil inteiro, ele mostrou seu desenvolvimento técnico e aperfeiçoamento do traço, para todo o país.

  Em 1918, Pimenta de Melo, que era dono da Litografia Pimenta de Melo e Cia, comprou do deputado Luiz de Souza e Silva, a empresa O Malho AS, que publicava os semanários ilustrativos O Malho, Para Todos…, Ilustrações Brasileiras, Leitura Para Todos…, Tico-Tico e seus respectivos almanaques.
Conhecendo a qualidade dos desenhos de J. Carlos, Pimenta de Melo o convidou, em 1922, para dirigir os semanários, junto com Álvaro Moreira.
Segundo Orlando da Costa Vieira [1904:410]a partir daí “cresceu ainda mais esta cadeia de revistas brasileiras, a mais brilhante que o país já teve em todos os tempos.”
Aceitando o convite J. Carlos atuou mais fortemente como designer gráfico. Em 1926, o grupo de Pimenta publicou a primeira revista em offset a Cinearte.
O vasto conjunto de revistas, cada uma com seu público-alvo específico, criaram desafios para J. Carlos. Porém ele conseguiu inovar e ao mesmo tempo manter a identificação com os leitores, aplicando as mudanças de modo gradativo, pra garantir sua assimilação.

Referências Bibliográficas:

CARDOSO, Rafael. O design Gráfico Brasileiro antes do design, Editora Cosacnaify, 2005

CARDOSO, Rafael. Impresso no Brasil 1808-1930 – Destaques da história gráfica no acervo da biblioteca nacional, Editora Verso Brasil.


 

 

 

 

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