Parte 1

Fotografias Históricas

É notável a forma como a fotografia marca a memória e consegue chegar ao sentimento humano de forma muitas vezes mais profunda e tocante do que uma série de palavras. Daí o velho ditado “uma foto vale mais do que mil palavras”. Nós do jornalismo nem sempre concordamos com isso, mas apesar do nosso apreço pelas palavras e pelas grandes construções de textos temos de aceitar que realmente, certas imagens conseguem atingir o público e marcar a história melhor do que muitos excelentes textos que as acompanham.

A série a seguir, sobre fotografias históricas, traz imagens que quem já viu não esquece e que para bem ou para o mau, mudaram a forma como nossa sociedade se vê e vê sua história. Algumas são mais poéticas, outras mais belas, algumas chocantes. Mas todas tiveram sua função histórica e social, marcando e participando ativamente da vida da sociedade.

foto do Dom Pedro II, ainda imperador do Brasil, em foto de fotógrafo desconhecido


Começamos a série com uma foto de um fotógrafo desconhecido, retratando o segundo e último imperador brasileiro, Dom Pedro II. A foto não chegou a se destacar naquele momento, mas é para nós atualmente uma referência no que era o fotojornalismo da época, preso ainda a retratar o momento de forma esporádica, já que ainda não estava presente nos grandes jornais. Algumas outras fotos do período:

Prudente de Morais, primeiro presidente civil brasileiro, em foto oficial.


A foto do presidente Prudente de Morais é mais um exemplo de fotojornalismo de importância para sua época, pois foi a primeira fotografia a substituir os retratos feitos a mão dos presidentes da república em repartições públicas.

Uma das primeiras grandes tragédias humanas retratadas em fotografia, o terremoto em São Francisco, Califórnia. A foto é de autor desconhecido, e foi tirada no dia do terremoto, 18 de abril de 1906.

 

A imagem selecionada, de autor desconhecido, foi a do então ex-presidente do estado da Paraíba (a nomenclatura governador surgiria apenas muitos anos depois), João Pessoa, morto.

João Pessoa fora vice na chapa de Getúlio Vargas, que concorreu para presidência da república em 1930. Essa foto se tornou histórica, pois após a derrota nas eleições para o candidato da situação, Júlio Prestes, iniciou-se um movimento revolucionário, que teria seu estopim com um suposto assassinato de João Pessoa por apoiadores políticos de Prestes. A foto, aceleraria o processo, aumentando as tensões já existentes.

João Pessoa morreu na verdade devido a conflitos pessoais com João Dantas, seu conterrâneo na Paraíba, mas a “revolução” cresceu e Getúlio Vargas tomou o poder no mesmo ano.

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